sábado, 31 de outubro de 2009

Belém do Pará em estado de Círio

O leitor já deve estar cansado de ouvir que o Brasil é a maior nação católica do mundo. Para provar isso, alguém fez uma conta, somou a uma projeção, chegando a uma estimativa. E nisso temos hoje no Brasil cerca de 125 milhões de católicos, segundo dados do IBGE de 2000, ou 155 milhões segundo o Vaticano 2007, para uma estimativa de 1 bilhão de católicos mundo afora.

Descontados o exagero estratégico da Santa Sé e a defasagem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mesmo assim ainda somos imbatíveis no quesito. Nada que seja motivo de orgulho ou desespero, apenas um dado.

Não seria de se espantar que também aqui existisse a maior celebração católica do mundo. E de fato existe, embora, curiosamente, ela seja considerada pelos principais meios de comunicação do país, todos situados no eixo Rio-São Paulo, como apenas uma das maiores festas religiosas do país.

“Uma das” sequer dá ao Círio de Nazaré a posição de soberana em seu próprio país, e a este fato o colunista tem uma dica do porquê acontece. Mas isso vamos ver ao longo da coluna desta semana. Antes há curiosidades mais importantes a falar.

O fato é que o leitor ou a leitora da coluna devem estar se perguntando: por que o colunista, que se declara ateu, volta tanto ao tema das religiões, fé, almas etc?

Resposta: não tenho a menor idéia...

Belém do Pará

O norte do Brasil é uma região maravilhosa. Privilegiada e visitada por turistas de diversos países, a Amazônia é uma nobre desconhecida do resto do país, entendendo o resto do país como o Sul-Sudeste.

Sabemos alguma coisa de Manaus (Zona Franca, Teatro Amazonas, Ciclo da Borracha e olhe lá...). Rondônia? Roraima? Amapá? Esquece! O Pará, um gigante de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados (caberiam uma França e uma Espanha, com sobras), também não fica muito claro em nossas mentes quando seu nome é pronunciado.

Pois bem, foi pensando nisso (conhecer e divulgar melhor o Brasil) que o colunista voltou pela segunda vez à Belém para uma visita de trabalho em busca de patrocinadores para uma exposição fotográfica, fruto, naturalmente, da primeira viagem na virada de 2007.

Depois de muitas idas e vindas em negociações com a Secretaria de Cultura do Pará, foi que finalmente consegui uma audiência. E adivinhem em que momento cheguei em Belém? Isso mesmo, justamente no meio do Círio.

Digo no meio pois o Círio é um evento que acontece intensamente durante 15 dias. E não estamos falando de ir ali acender uma vela ou rezar uma missa enfadonha. O Círio de Nazaré é algo que nunca havia visto antes em tamanho, seriedade, devoção e volume, em todos os sentidos. E assim que me dei conta, não tive dúvida, estava ali o próximo tema da coluna.

Padrinhos divinos

Se há católicos em um país, este certamente terá uma Padroeira. Santos protetores e milagreiros são uma tradição nestas culturas. O Brasil tem a Nossa Senhora Aparecida. O México tem a sua Nossa Senhora de Guadalupe, Portugal, Nossa Senhora da Conceição, e Nossa Senhora de Copacabana, na Bolívia, e até a China tem a sua: Nossa Senhora da China.

Pra quem está chegando agora ou simplesmente ignorava o fato, como eu, todas são a mesma pessoa. São os diversos nomes da Virgem Maria, Mãe de Jesus, Mãe de Deus, Virgem Santíssima, apenas para citar mais alguns. Outra curiosidade é que, em sua grande maioria, os nomes estão ligados a aparições, seja da própria, como no caso mexicano quando apareceu para um índio, deixando sua imagem impressa em sua vestimenta, seja no achamento de uma imagem esculpida em madeira ou barro.

A brasileira foi em terracota, ou em outras palavras, a argila cozida no forno. Conta a lenda que, em 1717, dois humildes pescadores pescavam no rio Paraíba do Sul, no estado de São Paulo, quando, depois de muitas tentativas infrutíferas, trouxeram na rede uma imagem de Nossa Senhora. Mas qual não foi a surpresa da dupla ao perceberem que ela estava sem cabeça. E não é que ao jogar a rede novamente lá veio a cabeça? Assim são os mitos católicos, pueris e inquestionáveis.

A história que se segue é a de sempre: milagres, curas, promessas, gente de joelhos, construção de capelas, igrejas e basílicas. A Basílica de Nossa Senhora Aparecida, localizada na hoje cidade paulista de Aparecida do Norte, é considerada o maior santuário mariano do mundo.

Mas, talvez para surpresa do leitor que acompanha o fato apenas pelo noticiário tradicional, não é lá que acontece a maior devoção à Virgem Maria, e sim no Pará. E isso, se você ainda não sabe, vai passar a saber a partir de agora, pois se depender da grande imprensa, essa que forma as opiniões, vamos continuar achando que o Círio é apenas uma das maiores celebrações católicas do Brasil.

A Santa que passeia

Nossa Senhora de Nazaré, diferentemente da padroeira do Brasil, carrega em seus braços o menino Jesus, ao qual, em sua versão original, dá seu peito em amamentação. Mas será difícil encontrar essa imagem visto que a moral católica reformatou a iconografia e hoje vemos apenas o menino Jesus em seu colo, ambos olhando para frente.

Mas igualmente à Aparecida, também foi achada por um caboclo entre o lodo e as pedras de um igarapé. O caboclo levou a imagem para casa e ergueu um pequeno altar para a santa. Mas qual não foi a surpresa quando no dia seguinte viu que a estátua não estava mais lá. Maior surpresa ainda foi o caboclo descobrir que a imagem retornara para o exato local onde havia sido achada. E isso ainda aconteceria algumas vezes, visto que o caboclo insistia em trazê-la de volta consigo.

Finalmente entendendo o recado, o caboclo decidiu então construir uma capelinha para a santa no local onde a havia encontrado. A notícia correu como rastilho de pólvora e logo as romarias e devoções se multiplicavam. O Estado, como sempre, logo quis institucionalizar a Santa. Veio então um governador e decidiu que a imagem teria a sua capela no Palácio da Cidade. E lá foi a santa novamente.

Não contava o mandatário que, teimosa, voltaria ao seu local de origem mais uma vez. Convencidos de que a imagem de Nossa Senhora de Nazaré queria ficar onde estava, na beira do igarapé, decidiram então erguer ali uma capela melhorzinha, depois uma igreja, e depois uma basílica, a hoje imponente Basílica de Nossa Senhora de Nazaré com suas cinco naves, a principal com 62 metros de comprimento, duas torres de 42 metros de altura (14 andares), 32 colunas em granito maciço, 54 vitrais e por aí vai. Foi elevada à condição de santuário em 2006.

E foi desse vai-e-vem da imagem que surgiu a procissão do Círio de Nazaré.

Respirando Nazaré

Estando em Belém do Pará no mês de outubro, é impossível não se envolver com o Círio, nem que seja para trocar a passagem e voltar mais cedo. Não foi o caso do colunista que, mesmo se tivesse a opção, não teria saído da cidade. Tudo indicava um momento imperdível.

Na verdade, se formos pesquisar com cuidado, veremos que o Círio de Nazaré apenas tem seu grand finale em outubro, o fato é que a programação corre durante todo o ano. Podemos dizer que Belém vive em um constante Estado de Círio.

A celebração basicamente revive a lenda da imagem encontrada no igarapé e seus translados, sempre retornando ao ponto de partida. A apoteose acontece no segundo domingo de outubro quando, após ser transferida na noite anterior para a Igreja da Sé, é conduzida de volta à Basílica por uma multidão de milhões. E nesse caso, não estamos usando uma figura de linguagem.

Neste mês, tudo em Belém passa a funcionar para o Círio. A cidade se prepara, o asfalto do trajeto é recapeado, bueiros limpos, árvores podadas. Hotéis e restaurantes se abastecem, os ambulantes aumentam seus estoques de fitinhas, paninhos, imagens, cordões e terços. As fachadas são decoradas com faixas de agradecimento, apoio e saudação à santa. Até as campanhas publicitárias se aproveitam do momento. Aliás, o próprio Círio tem patrocinador. Isso mesmo! O Círio de Nazaré é patrocinado por um plano de saúde. Como diria o colega colunista Ancelmo Gois, parece ironia, e é!


O Círio é precedido por outros eventos. Começa com o translado para o município vizinho de Ananindeua, quando a imagem sai da basílica e segue acompanhada por carros da polícia, ambulâncias, bombeiros, particulares, motos, bicicletas e pedestres, é a chamada Romaria Rodoviária. Daí segue, já de madrugada, para o porto de Icoaraci, um distrito afastado de Belém onde embarca, no raiar do sol, em um navio da marinha para a Romaria Fluvial, ou o Círio das Águas.

A procissão marítima é hoje acompanhada, segundo dados da capitania, por mais de 1000 embarcações. O colunista pede paciência com os números e adjetivos efusivos nesta coluna. Tudo no Círio é factualmente exagerado.

Assim que retorna ao porto de Belém, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, sempre protegida por uma luxuosa redoma de cristal com moldura dourada, chamada de Berlinda, é recolocada em um veículo e levada de volta à Basílica, de onde sairá no início da noite para a transladação. Este trajeto é acompanhado por milhares de motos que deslizam em alta velocidade e com as buzinas a todo vapor: é a Moto-romaria.


Mas é na Transladação que a coisa começa a ficar realmente séria. As ruas do centro são fechadas. O clima na cidade muda, lembrando em muito a sexta-feira de carnaval quando a atmosfera parece desacelerar antes da explosão carnavalesca. Aquela calmaria antes do temporal com papéis voando soltos na avenida principal.

Pessoas, sozinhas ou em grupos, caminham na mesma direção. O branco é a cor que predomina, mas não a única. O colunista, já desfeito de todos os compromissos de trabalho, juntou um bloco de notas, uma câmera fotográfica e uma garrafa d’água e seguiu no fluxo. O que veria em seguida emocionaria o mais fiel dos ateus.

A corda é a corda!

Ao se aproximar da basílica, o espaço para a caminhada vai diminuindo. Apesar da multidão, o clima é tranqüilo e sem incidentes. Salta aos olhos, logo de cara, a idade daqueles que se espremem na corda, como também suas feições e, principalmente, o motivo que os trazem ali.

A corda é o símbolo máximo do Círio. Na verdade, a corda é apenas isso, um símbolo, visto que de fato não puxa a berlinda. Se estivesse conectada ao andor, tombaria a imagem visto a forma furiosa como é agarrada. A corda é feita de sisal e tem quase 10 centímetros de diâmetro com 400 metros de comprimento.

Meu espanto foi ver aquela garotada toda ali em um sacrifício fora do comum. Estamos acostumados a ver em procissões católicas rostos mais humildes e marcados pelo tempo, as famosas carolas. Mas ali na corda da transladação o que mais se via eram jovens recém saídos da adolescência, todos nitidamente filhos das classes mais abastadas belenenses. E eu comecei a achar aquilo muito curioso.

Veja bem, o Círio não é um evento social. Tampouco se resume a pagar uma promessa levando uma imagem ao altar, um ex-voto qualquer. Estar na corda significa encarar, descalço, quase 4 quilômetros de caminhada sob pressão máxima no peito e nas costas, falta de ar, pés em carne viva, temperatura estonteante, e ainda assim ter fôlego para gritar os vivas à Virgem Maria, tantas vezes entoados durante o translado. Quem está ali é chamado de promesseiros, e só é promesseiro aquele que caminha descalço.

Mas qual não foi a minha surpresa ao descobrir o motivo que trazia a maioria daquelas almas jovens àquele evento de tamanha seriedade: passar no vestibular!

Sim nobre leitor e leitora, aquela multidão de rostos imberbes estava ali venerando Nossa Senhora de Nazaré simplesmente para passar na grande prova estudantil.

Santa paciência! Com todo respeito, isso lá é coisa que se peça a um símbolo com a significância de uma Nossa Senhora de Nazaré? E olha que quem está escrevendo isso é um ateu, sim um ateu comovido, mas um ateu.

Pedidos de milagres, e sua posterior penitência como pagamento, estão normalmente ligados a casos graves de saúde, problemas sérios com as finanças ou mesmo pedidos mais humanísticos como a paz no mundo. Mas entrar na corda de Nossa Senhora de Nazaré simplesmente para passar no vestibular, para mim já é uma falta de respeito com a liturgia.

Com diria Hugo Carvana: Vai estudar, vagabundo!!

A curiosidade é que a grande maioria estava ali pagando a promessa em antecipação. Veja só!...

Mas eu vim até aqui para falar da corda. A história é curiosa,durante a procissão de 1855, quando a berlinda ficou atolada por conta de uma grande chuva, a diretoria da festa teve a idéia de arranjar uma grande corda, emprestada às pressas de um comerciante, para que os fiéis puxassem a berlinda. A partir daí, os organizadores do Círio começaram a se prevenir, levando sempre uma corda durante a romaria. Mas foi só no ano de 1885 que a corda foi oficializada no Círio, substituindo definitivamente os animais que puxavam a berlinda. Com o passar do tempo, a simples corda que serviria de instrumento para conduzir o andor, se transformou em símbolo para os pagadores de promessa”, palavras da página oficial do Círio na internet e que eu não preciso reescrever.

Com seu comprimento limitado e o número de devotos crescendo a cada ano, cada vez sobra menos espaço para os promesseiros, na verdade já não há espaço há muito tempo, e mesmo assim o número de romeiros cresce. E o fato é que parece que, quanto menos espaço e mais sofrimento, mais os participantes ficam satisfeitos no pagamento de suas promessas. Não esqueçamos do ideário católico onde sofrimento é o pagamento para a redenção.

E o sofrimento começa bem antes de iniciar-se a procissão propriamente dita. Para garantir um lugar é preciso chegar cedo e marcar com convicção o seu ponto na corda, que fica esticada em linha reta no asfalto. Mas isso não era assim, antes a corda tinha o formato de U, mas com o crescimento dos participantes a cada ano, chegando aos estonteantes 2 milhões da atualidade, o formato anterior tinha se tornado inviável, fazendo com que a procissão durasse quase nove horas, como ocorreu em 2004. No ano seguinte lançaram a corda linear que baixou a duração para 5 horas(!!!).

A corda como símbolo cresceu tanto que hoje ela é a expressão maior do Círio, quase que seu objetivo, sua razão de ser. A Corda, que merece letra maiúscula a partir de agora, ganhou vida própria, ganhou corpo. É ela quem dita o ritmo da procissão, é ela quem une todos os participantes do Círio, todos os corações, literalmente colados um a um. E não se vê a Corda, sabe-se que ela está lá, mas praticamente não a vemos, inundada de mãos.

A senha de que o movimento vai começar é o final da missa, transmitida por um sistema de caixas de som presas aos postes ao longo de todo o trajeto de 3,5 km.

Apesar de não acreditar, o autor da coluna sentiu a força da fé daqueles que comungam com Nossa Senhora de Nazaré. Uma fé tão grande, tão concentrada, que se materializa em uma energia que se irradia em todas as direções. Essa é a energia que arrepia quem está perto, que faz arrancar lágrimas, palmas, gritos e suspiros.

A Corda se movimenta em força bruta, fazendo o que quer com quem está atrelado a ela. Serpenteia no asfalto, joga para todos os lados, expulsa os que não estão preparados, faz desmaiar os mais sensíveis.

E não são poucos os desmaios. Uma vez iniciada a procissão não há mais qualquer possibilidade de controle por nenhuma autoridade. Quando a Corda se movimenta, não há mais como pará-la. Um batalhão de ajudantes segue junto para tentar minimizar os danos. Ao longo de todo o trajeto é possível ver macas enroladas apontando para cima. São como faróis a identificar onde estão os socorristas, igualmente jovens que se voluntariam para salvar aqueles que desfalecem. E são muitos!

Há também quem traga um amigo, que fica fora da Corda, ao lado de quem está ajudando, servindo-o com água e refrescando com um abanador.

Vê-se também um ou outro organizador com megafone na mão, tentando, digo tentando, desesperadamente, dar ritmo à procissão. A pressão na Corda é incalculável.

O epicentro é a santa. Ela vem cercada por um batalhão de homens com seus braços entrelaçados. O exército é chamado para ajudar visto que a força local fica pequena para um evento desta magnitude. No passar da santa, quem está na calçada esperando ergue as mãos para receber a benção de Nazaré. Emoção em estado puro.


Mas não fique de bobeira. O movimento da santa é incontrolável, ela não pára e não tem como ser parada. Não respeita idosos, crianças, deficientes ou necessidade especiais. Se vacilar, ela vai te arrastar e jogar no chão. Para se ter a idéia da pressão, o colunista, que é abusado e enxerido, resolveu ir até próximo do andor para ver a berlinda de perto. Mas quando viu, estava tragado pela multidão em um empurra-empurra visceral. Veja, não há violência, apenas intensidade absurda.

Ao se desvencilhar para um local mais arejado, quando fui buscar por alguma coisa na mochila, descobri que a câmera de vídeo, guardada dentro de uma bolsa dentro da mochila, havia rachado com a pressão. Daí você tem a idéia.

E isso tudo estamos falando apenas da transladação. O Círio propriamente dito acontece no domingo quando a procissão parte de volta à Basílica às seis da manhã, chegando ao seu destino horas depois.

Encarar o Círio de Nazaré de domingo não é para qualquer um, além de todos os desafios físicos, tem-se ainda o sol escaldante da linha do equador.

O Círio é hoje uma instituição. A Virgem de Nazaré foi proclamada Padroeira do Pará em 1971 através de uma Lei Estadual. É também chamada de Rainha da Amazônia. O Círio foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como patrimônio cultural de natureza imaterial.

E tem mais. No Círio o profano também tem seu lugar. E não poderia ser diferente visto que culturalmente os brasileiros lidam bem com essa mistura, o que, aliás, é a marca mais importante disso que chamamos de brasilidade. Em meio a todas as celebrações religiosas, festas profanas acontecem simultaneamente, inclusive uma festa GLS chamada Chiquita, além do Arraial da Pavulagem, uma festa-show de ritmos regionais como o Carimbó, realizada logo depois do fim da moto-romaria, ainda no sábado.

E tem ainda a culinária, outro forte da região, a deliciosa comida nortista, de peixes e sabores fartos. É tradição comer em família, no domingo ao fim da procissão do Círio, um Pato no Tucupi. Se você é pato, não vai querer estar em Belém durante o mês de outubro...

Segundo dados do Dieese (PA), o Círio movimenta cerca de R$ 700 milhões na economia paraense. Quase 80 % dos paraenses têm nele sua maior celebração, maior ainda que o Natal. O número de empregos informais aumenta em 30% durante o período da festa.

Mesmo assim o Círio parece menosprezado não só pela mídia como também pelas autoridades. Não houve a presença de nenhum governador e nem mesmo do presidente da República. Houve sim, a presença da candidata Dilma Roussef, mas isso sabemos o motivo. E mais, o Círio parece até mesmo abandonado pela própria igreja católica, que não manda nenhum representante de peso, quiçá o Papa! Curioso.

Assim, o Círio segue sendo apenas uma das maiores manifestações católicas do Brasil. A peregrinação à Aparecida do Norte junta no máximo 400 mil pessoas no seu 12 de outubro. Aliás, outubro é o mês preferido de Nossa Senhora. Outro santuário muito visitado é o de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, também um local de aparição da Santa e da famosa entrega dos seus três segredos a um grupo de crianças. A data principal de suas comemorações coincide com as datas no Brasil, lá a data forte acontece no dia 13 de outubro com a Missa Oficial Internacional, que reuniu este ano 140 mil peregrinos.

Nada chega próximo aos 2 milhões de participantes do Círio de Nazaré.

O Círio é o maior evento católico do mundo. Orgulhe-se, despreze ou seja indiferente, mas fique sabendo que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.


KF



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3 comentários:

  1. Maravilhoso! Fiquie emocionada!
    bjs, sua mãe

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  2. Vc trouxe um pedacinho da corda? Todo ano eu ganho um pedacinho da corda e uma fitinha nova para fazer pedidos, que a minha família de lá manda para os que migraram para o Rio. Entra no mue facebook e vê as fotos da minha viagem para lá este ano. Vou voltar no Natal e Ano Novo (que vou passar em Marajó). bjs Márcia Régis

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  3. Desde criança aprendi a gostar da festa do Círio.
    Já adulto, vejo quão sutil foi o pensamento reli-
    gioso ao criar romárias que levam à religião cató
    lica. Lavagem cerebral, mas que traz lucro para o
    Pará e alegria aos lares.Vejo o Círio como uma fes
    ta paraense , porém sem milagres. Quer passar no
    vestibular?É fácil É só estudar.

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